Métodos contraceptivos: vantagens e desvantagens

O objetivo desse post é informar! Analise seu caso, faça suas correlações, converse com quem te acompanha e se informe de outros métodos para ver o que melhor se adequa a sua vida.  

DIU Mirena

O Diu Mirena é um dispositivo que libera uma pequena quantidade de progesterona sintética levonorgestrel dentro do útero.

Muitas vezes é oferecido como sendo uma alternativa menos impactante. Isso acontece principalmente porque ele bloqueia a ovulação, mas não sempre. Estima-se que no primeiro ano tem um bloqueio de 85% dos ciclos e nos demais anos abaixa para 15%. A atuação dele como contraceptivo acontece ao reduzir o muco cervical e afinar a camada do endométrio, fatores que impedem a fecundação e fixação.

Agora alguns pontos a se considerar:

  • A levonorgestrel é um dos tipos de progestina (progesterona sintética) que causam efeito rebote, ou seja, você vai ter acne e queda de cabelo quando parar de usar. A nutrição pode ajudar muito a amenizar os sintomas.
  • Esse tipo de progestina também está associado a maior ocorrência de depressão e ansiedade e menor capacidade de lidar com estresse. Se sente isso, analise se começou depois de introduzir o DIU.
  • Não ovular nunca é uma boa opção para a saúde hormonal, física e mental da mulher, independente se ela quer engravidar ou não. Isso porque só ovulando que produzimos progesterona naturalmente: hormônio ligado a saúde da tireoide, ansiolítico, antidepressivo, anti-inflamatório, anti-TPM e problemas ginecológicos.

O DIU Mirena reduz consideravelmente o sangramento e por isso costuma ser indicado nos casos de endometriose ou sangramento intenso. Isso pode ajudar muitas mulheres no pico da dor e sofrimento. Mas minha sugestão é lembrar que não necessariamente resolve o problema, mas pode te ajudar num momento de transição enquanto usa tratamentos mais focados na causa.

DIU de cobre

O DIU de cobre funciona como contraceptivo pois promove uma inflamação local intensa no útero, através da liberação de íons de cobre. Dessa forma, mata corpos estranhos como o espermatozoide. Portanto, o DIU de cobre não promove uma alteração hormonal e não impede a ovulação, o que é positivo!

Mas, não podemos deixar de ter um olhar cuidadoso sobre a presença desse metal no nosso organismo.

  • O DIU de cobre pode causar um acúmulo de cobre no corpo, diretamente proporcional ao tempo de uso. Quando os efeitos colaterais acontecem, podem acontecer de 2-5 meses a anos após a inserção. O acúmulo também é proporcional ao estado nutricional da pessoa. Na deficiência de zinco (que pode ser observado por sintomas como pontos brancos nas unhas, estresse, vegana, acne e baixa digestão) e magnésio (nosso solo é pobre nesse nutriente) os sintomas podem ser mais intensos.
  • O cobre é tido como mineral das emoções e, por isso, desregulações deste mineral parecem estar ligadas a maior risco de depressão, ansiedade, irritabilidade e emoções negativas.
  • O DIU de cobre também se relaciona com maior ocorrência de candidíase e infecção bacteriana (odor de peixe) tanto por alterar o microbioma da vagina, quanto ter um impacto na imunidade.
  • Outro sintoma que pode acontecer é o cansaço e menor tolerância ao estresse. Acontece tanto pelo estresse causado nas adrenais (pelo seu estímulo inflamatório), quanto depleção de zinco, magnésio e alteração do metabolismo de cálcio.
  • O cobre e o estrógeno andam juntinhos! Sempre que há excesso de estrógeno (como no uso de pílulas hormonais, gestação, predominância estrogênica e xenoetrógenos dos plásticos e agrotóxicos) haverá maior acúmulo de cobre. E o oposto também é verdadeiro, sempre que houver acúmulo de cobre, favorecerá para acúmulo de estrógeno.

Portanto, se você é aquela pessoa que NADA resolve a regulação hormonal, pense em excesso de cobre!

Infelizmente a intoxicação não é fácil de ser identificada, pois o cobre disponível (acoplado a ceruloplasmina) pode estar baixo, enquanto que o cobre livre (acumulado no fígado e cérebro) pode estar alto!

Portanto considere os prós (menor impacto hormonal) e os contras e faça suas relações! Logo mais falo de método contraceptivo não invasivo.

Mais dados técnicos para profissionais de saúde:

– Estima-se que há uma liberação entre 43-83mcg/dia na circulação;

– A concentração de cobre no plasma parece aumentar significativamente após 2 anos, deixando de ter uma curva linear, passando para uma curva sigmóide;

– As metaloproteínas, enzimas hepáticas e lactato desidrogenasse sofrem alterações logo após inserção. Já o nível de ceruloplasmina parece mudar significativamente somente após 2 anos de uso (ARNAL; DE ALANIZ; MARRA, 2010);

– Os marcadores de estresse oxidativos ficam alterados. Vale a pena considerar em casos de alterações metabólicas inflamatórias (autoimune, endometriose, SM);

– Apesar do cobre ter um papel fundamental na imunidade, o DIU de cobre não colabora para aumento dela, pois o cobre do DIU não está disponível. Para estar disponível ele precisa estar agregado a ceruloplasmina e, no caso do DIU, tende a se acumular nos tecidos (principalmente fígado). Esse é um dos motivos pelo qual é tão difícil identificar seu acúmulo;

– Em casos de vaginose e cândida, a presença do DIU parece favorecer a alguns estudos apontam 4x outros 50%). Outra questão levantada é que com o aumento do fluxo menstrual e mudança do microbiana tende a ter uma queda de lactobacillus na mucosa vaginal, o que também favorece proliferação. 

Pílulas contraceptivas

Os contraceptivos hormonais podem afetar sua saúde digestiva e microbioma de algumas formas:

 

  • Aumentando a concentração da bile, dificultando o processo digestivo. Este aumento da concentração se deve aos altos níveis nos hormônios sintéticos, o que favorece ocorrência de pedras na vesícula. As altas doses hormonais também tendem a depletar taurina, o que também afeta a produção biliar.
  • Aumento da permeabilidade intestinal (leaky gut), que é o princípio para disfunções imunológicas no nosso corpo, além de mudanças no microbioma, o que favorece para ocorrência de doenças autoimunes.
  • Aumento do risco de doenças inflamatórias intestinais, principalmente doença de chron (aumento de 50%) e colite ulcerativa. O risco pode ser convertido ao parar o uso.

Você já tinha sido informada como o uso de contraceptivos pode sua saúde em risco?

 

Se você quer ou está tentando parar o anticoncepcional, mas tem medo do efeito rebote ou não sabe como, os resultados são sempre melhores quando associamos medidas conjuntas para a modulação hormonal.

 

O equilíbrio dos hormônios femininos depende muito de hábitos saudáveis de alimentação, equilíbrio de detoxificação, do sistema digestivo e intestino, modulação do estresse e do metabolismo do açúcar. Atuar em um deles ajuda, mas em todos eles ajuda muito e acelera a recuperação.

 

Caso queira se conhecer de forma mais profunda e fazer um tratamento mais completo, te convido para conhecer meu programa online – Ciclo das mulheres.

REFERÊNCIAS

 

ARNAL, N.; DE ALANIZ, M. J. T.; MARRA, C. A. Alterations in copper homeostasis and oxidative stress biomarkers in women using the intrauterine device TCu380A. Toxicology Letters, v. 192, n. 3, p. 373–378, 15 fev. 2010.

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