E Stevia, pode?

Deixo bem clara minha posição contra os adoçantes mas sempre vem a pergunta, e a Stevia? Afinal ela é natural.

Sim, a Stevia é produzida a partir da folha de uma planta (Stevia rebaudiana) nativa do Brasil e do Paraguai e não sinteticamente produzida como muitos outros adoçantes. Mas ainda assim há alguns pontos a se considerar, principalmente pela alta concentração do sabor doce, que é 300 vezes maior que do açúcar. Vale lembrar que ao consumir o adoçante Stevia não se consome a folha, mas um extrato desse concentrado de folhas.

O fato de ser derivado de uma planta não é sinônimo de saúde,  afinal, o açúcar também é natural pois vem da cana, mas é um concentrado dela, o que não o torna saudável. Da mesma forma, é uma geleia ou suco de frutas concentrado, que são um condensado de algo natural, deixando assim de ser saudável, principalmente pelo alto índice glicêmico e a perda de nutrientes neste processo.

 

Folhas das Stevia

 

Se você fizer uma busca em uma base de dados científica como o Pubmed irá encontrar vários trabalhos como este mostrando benefícios da Stevia, como anti-inflamatório e anti- oxidante, anti diabético e hiperglicemiante, anti microbiano, anti vital, imunomoduladora. Mas, vale ressaltar que a maioria desses trabalhos são conduzidos com os extratos dessa planta, ou seja, sua infusão ou uso como o de um chá.  Diferente de sua forma em pó ou em gotas normalmente comercializada como adoçante.

 

Outros pontos a se considerar sobre a Stevia…

– A Stevia é transformada pelas bactérias do nosso intestino em Steviol, um componente tóxico quando ingerido em altas doses. Portanto, quanto mais Stevia você consumir, mais Steviol irá produzir. Alguns estudos sugerem que o consumo fique em até 4mg/kg de peso por dia de Stevia. Portanto, se você consome produtos light que usam esse ingrediente, fique de olho na quantidade.

– Quando consumimos adoçantes dificultamos o processo de reeducação do paladar devido ao grande estímulo de sabor doce que eles produzem. Você pode entender melhor este tema aqui.

– Ao perceber o sabor doce, o corpo já se prepara para receber açúcar, disparando maior quantidade de insulina. Quando o açúcar não entra podemos ter uma hipoglicemia de rebote, que nos dá mais fome posteriormente. Você pode entender isso melhor lendo esse e esse artigo.

Outros adoçantes, além de também causarem o segundo e terceiro efeito pontuados já foram relacionados com outros maléficos à saúde, como destruição da microbiota intestinal (as bactérias boas do intestino), câncer (sacarina), enxaqueca (sucralose), alterações no DNA (acessulfame), hipertensão (aspartame). Alguns são até proibidos fora do Brasil (como o ciclamato).

Estudos recentes também tem mostrado que alguns atrapalham fisionomicamente na perda de peso, pois inibem a quebra de gordura (sacarina, acessulfame e sucralose) e estimulam a adipogênese (ou seja, formação de gordura).

Minha preferência pessoal e conduta é optar por açúcares menos processados (demerara, mel, melado, rapadura) e, principalmente, reduzir a quantidade progressivamente até não precisar mais.

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